2015-202-poesia-a-sul-1-outubro-03“Esta primeira edição de Poesia a Sul Olhão’15 é um momento importante que tenta marcar a ligação do nosso concelho à poesia como uma arte maior da literatura”, afirmou ontem, durante a sessão inaugural do evento, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, o presidente do Município, António Miguel Pina. Até dia 17 de outubro, Olhão acolhe dezenas de poetas, mas também representantes das áreas da música, da pintura ou do teatro. Haverá igualmente debates, apresentações de livros, leituras e recitais.

“Esta é uma iniciativa de grande ambição, que começa com uma parceria ibérica, Algarve – Andaluzia”, destacou António Miguel Pina, referindo-se aos muitos artistas do outro lado da fronteira que também marcam presença na cidade cubista por estes dias. “Olhão, que já é conhecida como uma terra de gastronomia, da Ria Formosa, também tem de ser cada vez mais uma terra de cultura. Queremos começar a afirmar-nos cada vez mais pelas artes”, garantiu o autarca olhanense.

Neste primeiro dia de Poesia a Sul, o comissário desta iniciativa, o poeta e advogado Fernando Cabrita, antes de apresentar a sua mais recente obra, Que Dizem os Poetas Algarvios e Andaluzes de Agora?, referiu a importância de Olhão receber durante 17 dias grandes nomes da cultura ibérica, destacando, por exemplo, “a presença do conceituado pintor espanhol Juan Manuel Seisdedos, que pela primeira vez expõe em Portugal, e em Olhão”. As suas obras de arte vão manter-se expostas até ao final do Poesia a Sul na Galeria Sul, Sol e Sal, situada na Rua Vasco da Gama. 

2015-202-poesia-a-sul-1-outubro-01Também o pintor olhanense Igor Silva tem o seu trabalho exposto no primeiro andar da Câmara Municipal de Olhão. Para Fernando Cabrita, “Igor Silva é um caso sério da pintura portuguesa que vale a pena conhecer e divulgar”. O artista olhanense, durante a inauguração da sua mostra disse: “a pintura fala por mim. Estou muito agradecido por integrar este projeto grandioso”. Já Juan Manuel Seisdedos destacou “a importância deste intercâmbio e como as fronteiras vão caindo. Uma das coisas boas da democracia!”, frisou.

Neste primeiro dia de grande atividade cultural em Olhão, Fernando Cabrita apresentou o seu mais recente livro, uma coletânia de recensões sobre obras de vários poetas que leu e cuja poesia motivou as crónicas e artigos reunidos nesta obra.”Se o volume que assim resulta nenhuma outra valia tiver (penso, todavia, que terá), ao menos que se o entenda como um mapa que indica títulos, editoras e nomes de autores publicados e a publicar”, assim resume Fernando Cabrita o seu livro Que Dizem os Poetas Algarvios e Andaluzes de Agora?
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Hoje, 2 de outubro, a cultura sai à rua com música e poesia na Baixa de Olhão, entre os Mercados e a Rua do Comércio. Os Garatuja animam o ambiente a partir das 17h00, havendo também declamação de poesia pelos Poetas do Guadiana António Cabrita, João Miguel Pereira, Helena Carepa e Pedro Tavares (VRSA/Ayamonte).

Às 18h00, a Galeria Sul, Sol e Sal acolhe os poetas pessoanos Teresa Rita Lopes (Faro) e Manuel Moya (Fuenteheridos), para uma conversa sobre Álvaro de Campos. Segue-se ainda declamação de poemas na taberna 7 Estrelas, às 19h45, e a partir das 22h00 um dos bares dos Mercados de Olhão, Cantaloupe, é o palco para música e leitura de poemas de Teresa Rita Lopes, Manuel Moya e Mário Rodrigues, pelos autores.




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