2012-074-ViveiristasO presidente do Município de Olhão, Francisco Leal, garantiu ontem, 20 de setembro, aos responsáveis das associações Formosa e OlhãoPesca desenvolver os esforços possíveis para ajudar os mariscadores e viveiristas da Ria Formosa que há mais de um mês passam dificuldades devido à interdição da apanha de bivalves.

O Executivo da Câmara Municipal de Olhão está atento desde o primeiro dia ao desenrolar do problema que afeta os viveiristas e que tem vindo a agravar-se em virtude do longo período de interdição da apanha de bivalves na Ria Formosa e em todo o litoral do Sotavento Algarvio.

“É uma questão social muito grave”, afirmou ontem Francisco Leal, no final de uma reunião com os responsáveis da Cooperativa de Viveiristas Formosa e da organização de produtores OlhãoPesca, Manuel Augusto da Paz e António da Branca, respetivamente.

Centenas de famílias residentes no concelho de Olhão já estão a ser afetadas devido à interdição da captura de bivalves há 39 dias, que se estende a toda a zona entre Faro e Vila Real de Santo António.

“Tem que se agilizar todo o processo, há famílias (muitas) a passar necessidades, inclusive a passar fome!”, referiu o presidente da autarquia olhanense, lembrando mais uma vez que tem vindo a pressionar o Secretário de Estado das Pescas “para que olhe de forma atenta e eficaz para este grave problema. “Temos que ajudar os pescadores, mariscadores, viveiristas e as suas famílias atribuindo subsídios de forma célere e real. O Fundo de Compensação Salarial para os Profissionais da Pesca é demasiado burocrático e moroso”, referiu o edil.

“Desde o primeiro dia que a OlhãoPesca tem acompanhado os pescadores na obtenção dos documentos necessários à atribuição dos subsídios em situações de calamidade porém, como todos nós sabemos, vai uma grande distância entre a necessidade premente das famílias e a rapidez dos ministérios e secretarias de Estado”, acrescentou António da Branca, da OlhãoPesca. “O facto de as análises serem efetuadas em Lisboa atrasa muitas vezes todo o processo. Por exemplo, no dia a seguir a uma recolha pode já não haver motivo para interdição”, conclui.
 
Por seu turno, o presidente da Cooperativa de Viveiristas Formosa, Augusto da Paz, sublinhou que se repetem situações em que os empresários (viveiristas e armazenistas) adiantam dinheiro aos trabalhadores, tentado com esta atitude minimizar maiores calamidades. “Já não basta todos os sacrifícios que diariamente são colocados à população…”, desabafou.

Francisco Leal pediu aos responsáveis destas duas organizações que forneçam rapidamente os elementos das famílias mais afetadas de modo a que os serviços sociais do concelho – Município e associações de apoio social – possam analisar quais as dificuldades e ajudar, dentro das suas competências, a minorar as carências de centenas de famílias.

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