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Quando, em finais do século XVI, os primeiros pescadores se estabeleceram na praia de Olham e começaram a construir as suas cabanas de junco, estavam longe de imaginar que lançavam as fundações daquele que seria, em pleno século XXI, um dos bairros mais trendy e mais procurados da cidade de Olhão e de todo o Sotavento algarvio.

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Foi esta ocupação sazonal de pescadores vindos de Faro, que se estabeleciam periodicamente na zona poente da praia e aí edificavam as cabanas de S. Bartolomeu, o embrião daquele que mais tarde seria batizado como Bairro da Barreta, um núcleo que já passou por várias vagas de construção/ recuperação/ reconstrução, e que hoje é pólo de atração para artistas, jornalistas, reformados e tantos outros, sobretudo estrangeiros, mas também portugueses. Mas afinal, o que é que a Barreta tem? Já vamos tentar descobrir… mas antes, um pouco de história.

A nossa viagem começa no Museu Municipal, onde Sandra Romba desenvolve o seu trabalho de investigação e preservação do passado da cidade. É pela mão desta especialista na evolução urbana de Olhão que viajamos ao longo do tempo, desde as cabanas de junco até à cidade conhecida como “capital da Ria Formosa” que hoje conhecemos.

Depois do período inicial de ocupação, é com a inauguração da Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário que se inicia a chamada fase de expansão. “Em 1715, o mareante João Pereira obtém autorização da rainha para construir a primeira casa de alvenaria, por causa dos incêndios. Começa aqui uma fase de crescimento rápido do Bairro da Barreta e com o fim do século XVIII, desaparecem as últimas cabanas de junco”, conta-nos Sandra Romba.

No século seguinte, tudo acontece ainda mais rapidamente: a elevação a vila, a criação de uma área industrial de apoio à atividade piscatória, o surgimento de outros bairros (Manuel Lopes, Gaibéu, Sete Cotovelos), a construção do cais e dos estaleiros navais marcam o compasso desta época de consolidação.

Voltemos à questão inicial: afinal, o que é que a Barreta tem? A autora da dissertação “Evolução Urbana de Olhão”, defendida em 2008 na Universidade do Algarve, leva-nos num passeio a pé pela Barreta, que nos é apresentada: “o centro histórico de Olhão possui uma arquitetura única no Algarve e em todo o País. É por esse motivo que a cidade é também apelidada de cubista. Mas é na Barreta que este tipo de arquitetura tão original aparece quase que sublimada: os eixos estruturados, sempre respeitando a linha do mar, o traçado regular das ruas, os terraços, que aqui se chamam açoteias, os mirantes, a estrutura cúbica das casas, uma estrutura cúbica em vários desníveis… tudo isto são marcas identificadoras de que estamos na Barreta e em nenhum outro sítio do mundo”. E o branco, acrescentamos. Sempre o branco. Omnipresente para onde quer que nos voltemos, o branco domina neste casario.

Se Olhão é a Vila Cubista, a Barreta é o expoente máximo desta arquitetura, e encerra em si uma identidade única, ao mesmo tempo aberta a todos e um segredo muito bem guardado.

Impõe-se aqui um ponto da situação: já sabemos, portanto, que o Bairro da Barreta possui uma arquitetura sui generis, que atrai e deslumbra turistas de todo o mundo… mas será esse o único motivo pelo qual o número de novos residentes tem vindo a aumentar nos últimos anos? Para obtermos resposta a esta pergunta na primeira pessoa, nada melhor do que conversar com um desses novos residentes. Arquiteto de profissão e apaixonado pela Barreta, Filipe Monteiro foi dos primeiros a mudar-se para o bairro de armas e bagagens, já lá vão quase 10 anos.

Filipe Monteiro vivia com a mulher, alemã, arquiteta paisagista, em Nova Iorque, quando de uma viagem a Portugal, nasceu o amor comum pela Barreta. E como nasceu esse amor? “Um sítio a Sul é sempre um sítio a Sul, mas aqui há algo de identificável, com caráter próprio, sentimo-nos fortemente atraídos por este pedaço de terra”. Mas mais à frente na conversa percebemos que esta paixão está alicerçada noutros fatores. É com um indisfarçado entusiasmo que Filipe Monteiro revela aquilo que, para si, torna a Barreta única: “Olhão não é uma cidade assética, formatada; não é moderna, tem pescadores. A Barreta tem a vizinha que vai ao pão em chinelos e roupão; tem a vista para o mar, tem esta premissa de podermos andar pelas ruas em chinelos e calções, anónimos; tem o mar logo ali; o estrangeiro é obrigado a falar português… é isto que torna a Barreta realmente única”.

E como é que este arquiteto vê a Barreta do ponto de vista profissional? Com um olhar igualmente apaixonado: “Aqui, o que eu achei estranho e muito interessante foi esta capacidade de, quando se fez, não ter havido influência nenhuma da envolvente construída: nem de Tavira, nem de Faro, nem de Albufeira… aquilo que podemos dizer da Barreta, e em geral da zona histórica de Olhão, é esta identidade muito fechada, fazer a “coisa” cubista, que não há em mais lado nenhum no Algarve, é isto que a torna tão identitária, tão diferente de qualquer outro lugar”.

Agora que já conhecemos a Barreta “de vista”, vamos entrar na sua intimidade e conhecer como é o típico interior de uma casa do bairro. Transposta a porta (quase sempre de madeira), encontramo-nos na casa de fora, a entrada principal por onde se passa para as outras divisões. Mais para o interior, encontra-se a alcova, que é como por aqui se chama ao quarto e, nos fundos, a cozinha que, tradicionalmente, não passava de uma pequena bancada com chaminé onde se fazia o fogo. Nas traseiras da casa, um pequeno quintal. Esta estrutura-tipo sofreu, em muitos casos, alterações com o passar do tempo: o aumento da família e a consequente necessidade de mais quartos deram lugar à construção de mais um piso e, muitas vezes, o quintal desapareceu para, no seu lugar, surgir mais área coberta. E depois, os terraços, ou açoteias, que serviam tanto para secar figos ou peixe, como para observar o estado do mar antes de sair a ele, ou dormir nas noites cálidas de verão. Dado que hoje em dia essas funções se tornaram obsoletas, em muitas dessas açoteias surgem, agora, pequenas piscinas ou jacuzzis, onde os novos moradores aproveitam um dos maiores ativos do Algarve: o sol.

Antes de deixarmos Filipe Monteiro, aproveitamos a sua experiência, quer com a sua própria casa, quer com as que tem recuperado para outros moradores, para sabermos como é que este lifting ao Bairro da Barreta está a ser feito. Revela-nos o arquiteto que tudo se processa com grande respeito pelo que existe e procurando sempre, como o próprio diz, “restaurar apenas até que volte a funcionar”. Esse trabalho começa com uma pesquisa, quer documental quer, sobretudo, junto dos populares, “aqueles que realmente sabem como eram e como se faziam as coisas”. Depois, é pôr mãos à obra, aproveitando tudo o que pode ser aproveitável e recuperando tudo o que pode ser recuperável. Retiram-se as sucessivas camadas que o tempo e a necessidade de obras (às vezes mal sucedidas) acrescentaram à estrutura original, e esta revela-se no seu estado mais puro, respeitando os antigos materiais e métodos construtivos. O resultado? Viver num local autêntico, verdadeiro, onde o tempo ainda corre devagar. Estes são alguns dos motivos pelos quais tantos procuram a Barreta para viver.

Quem é, afinal, o novo habitante do bairro? Podemos resumir desta forma: vem sobretudo do norte da Europa (Inglaterra, Alemanha, Holanda, França, Suíça, Bélgica…), para fixar residência, tem um nível cultural elevado e procura um estilo de vida simples e descontraído, com verdadeira qualidade de vida, onde tudo, incluindo o mar, está a uma caminhada de distância. Se não está ainda reformado, tem profissões liberais ou que permitam o recurso ao teletrabalho. Mas também os há portugueses, ou quem tenha comprado casa e recuperado apenas como refúgio de férias. E é com ambos que a Barreta tem ganho nova vida. E como é que este novo habitante descobriu Olhão? A maioria veio pela primeira vez de férias e regressou depois definitivamente, mas já existe uma nova vaga daqueles que vêm porque o “segredo” da Barreta começa a ser contado de boca em boca.

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Meinke Flesseman já conhecia Portugal desde pequena e a Barreta foi a escolha óbvia quando, há seis anos, decidiu fazer de Portugal a sua residência. Para esta pintora holandesa, “se formos a outras cidades da região, tudo nos faz lembrar um postal ilustrado. Aqui não. Esta é uma terra autêntica. Adoro as cores, as casas antigas e típicas. Cada vez conheço mais artistas interessados em vir para aqui viver, também”.
Naturalmente, toda esta nova movida que se vive no Bairro da Barreta reflete-se na economia local. Procurámos igualmente alguns desses atores, a começar por quem está no início do processo: o agente imobiliário, claro está. Elsa Marques trabalha no setor imobiliário em Olhão e tem testemunhado a mudança nesta zona da Baixa da cidade. “Há muitos estrangeiros que visitam a cidade e se apaixonam pelas casas típicas. O interesse recai preferencialmente por imóveis que se situem depois da Igreja Matriz, e são muitos os que têm comprado”. Diz ainda Elsa Marques que “devido à crise que se instalou, no caso concreto de Olhão, foi benéfica”, e explica: “Os construtores e empreiteiros deixaram de comprar as casas devolutas. Antes, quando as compravam era para construir em altura, pensava-se sempre em apartamentos, agora não”.

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Comprado o imóvel, há que restaurá-lo e fazer as obras necessárias. É aí que entram empreiteiros como Gabriel Dias e Vítor Baeta: ambos concordam que este crescente interesse pela Barreta tem sido uma lufada de ar fresco, sobretudo com a crise que se vive no setor da construção civil. Vítor Baeta sublinha que, “na maioria dos casos, o que fazemos são obras de restauro e beneficiação, mas sempre respeitando a traça e os materiais originais”. Mas, acrescenta Gabriel Dias, há também lugar para algumas melhorias proporcionadas pelos tempos modernos, “como os vidros duplos e pequenas piscinas e jacuzzis nos terraços”. Nada que altere a traça original do bairro.

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Há ainda uma última razão, não menos importante, para a chegada de tantos estrangeiros a Olhão: os benefícios fiscais. O regime fiscal dos residentes não habituais foi publicado em 2009, mas só no final de 2012 se limaram arestas burocráticas que estavam a colocar entraves à aplicação da lei. Em linhas gerais, o estatuto permite que os reformados que recebam a pensão noutro país tenham isenção de IRS durante 10 anos. Por outro lado, os profissionais de valor acrescentado, como engenheiros ou investigadores, que venham trabalhar para Portugal, beneficiam de uma taxa fixa de 20% de IRS, pelo mesmo período. O regime fiscal dos residentes não habituais é possível para cidadãos de países com os quais Portugal tenha firmado acordos destinados a eliminar a dupla tributação. Esses acordos existem com todos os países da União Europeia e com inúmeros outros, como os Estados Unidos, o Brasil ou o Japão.

A Autarquia de Olhão também dispõe de um regime especial de isenções para quem compre imóveis na zona histórica: isenção de IMI por um período de dois anos a contar da data da licença camarária para a realização de obras, para os prédios urbanos objeto de reabilitação; isenção de IMI por um período de cinco anos a contar da data da conclusão das obras, podendo ser renovada por um período adicional de cinco anos; isenção de IMT nas aquisições de prédios urbanos destinados a reabilitação urbana desde que, no prazo de dois anos, se iniciem as respetivas obras; isenção de IMT nas aquisições de prédio urbano ou de fração autónoma, destinados a habitação própria e permanente, na primeira transmissão onerosa do prédio reabilitado. A estes incentivos de reabilitação urbana concedidos pela Câmara Municipal de Olhão podem concorrer todos os proprietários da zona definida como Área de Reabilitação Urbana.
Se são muitos os que chegam a Portugal para não mais voltar, para grande parte, a escolha recai no Algarve de forma quase natural. Os que procuram a Barreta, esses, sabem o que é que a Barreta tem...

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Quanto custa viver na Barreta?
Uma rápida pesquisa nos sites de comercialização de imóveis mostra-nos que, neste momento, se encontram à venda em toda a zona histórica de Olhão cerca de 60 imóveis, recuperados ou por recuperar. Os preços variam entre os €38.800 e os €367.500, para as casas prontas a habitar, e os €26.900 e os €350.000, para as casas a precisar de intervenção. A tipologia varia muito, desde o T1 a prédios inteiros, com vários andares e comércio. Curiosamente, o peço médio por metro quadrado não tem diferença significativa: €1.191 nos imóveis já intervencionados e €1.083 nas casas que ainda vão precisar de obras antes de receberem os novos inquilinos.
Uma vez adquirido o imóvel, há que restaurá-lo, o que acrescenta mais uma parcela ao seu valor final. No entanto, sublinha o arquiteto Filipe Monteiro, um restauro que respeite as caraterísticas da casa e os métodos construtivos originais fica mais barato do que a bem mais intrusiva demolição e consequente reconstrução.
De acordo com a agente imobiliária Elsa Marques, nos últimos sete anos registou-se um aumento de 70 a 80% no número de casas vendidas o que, no seu caso, se cifra em cerca de duas a três casas por mês.


O convento que vai renascer como Alojamento Local
Os novos moradores da Barreta trazem consigo para o bairro não só um novo sopro de vida, mas também novos negócios: está marcado para o primeiro semestre de 2016 a inauguração de um Alojamento Local, que nasceu do restauro do antigo Convento, onde viviam as jovens que trabalhavam na florescente indústria conserveira de Olhão; um paradigma do trabalho que está a ser feito pelos novos proprietários do bairro.
Lenta e cuidadosamente, aquele espaço foi re-imaginado pelos novos donos: os antigos dormitórios transformaram-se em quartos espaçosos e cheios de luz; o tanque de salga de peixe renasceu como uma enorme cozinha, com refeitório e zona de convívio e leitura.
Neste trabalho de restauro, que permitiu suprimir as camadas deixadas pelo tempo e revelar o edifício original, não foram esquecidas, porém, as comodidades mais modernas: em cada quarto foi acrescentada uma casa de banho e grande parte da casa dispõe de chão radiante, por exemplo.
Os quartos do Convento, no primeiro e segundo andares, estão dispostos à volta de um grande pátio central, que faz lembrar os pátios interiores das casas mouriscas. Um dos quartos dispõe mesmo de uma açoteia privada.

Restaurar apenas até funcionar, a missão dos “lavadores da Barreta”
Os novos moradores da Barreta fazem questão de viver em casas tão fiéis ao original quanto possível. O que os atrai é a arquitetura simples, as açoteias, os tetos abobadados, o chão de ladrilho de barro feito à mão. O que se acrescenta é o mínimo possível, que permita algumas condições de conforto mais modernas: a casa de banho, que originalmente se situava no exterior da casa, no quintal, é trazida para dentro e, por vezes, multiplica-se pelo número de quartos; as antigas janelas continuam a ser de madeira, mas agora com vidros duplos; nas açoteias são acrescentadas pequenas piscinas ou jaccuzzis, por vezes pérgolas (que não “choquem “ com a paisagem)… de resto, é “restaurar apenas até funcionar”, como nos conta Filipe Monteiro.
O arquiteto, responsável pelo restauro de várias casas na Barreta a pedido de compradores, para além da sua própria, revela-nos a fórmula para uma recuperação bem sucedida: “Passa tudo por uma pesquisa histórica e com os populares, com todos os intervenientes que fazem parte, ou que têm alguma relação ou conhecimento da zona. Depois desse trabalho feito, procede-se também a alguma investigação nas arquiteturas existentes, que mantêm registos ainda antigos, seja nas fachadas, na métrica das janelas ou das portas, nos puxadores… existe toda essa investigação… e depois, quando se procura recuperar coisas que já não existam, eu faço a leitura do “imediatamente ao lado”, do mais próximo possível que tenha aquela leitura”. Este trabalho, explica, é possível porque as casas do Bairro da Barreta fazem quase todas parte de uma determinada época histórica, o que permite que, por exemplo, se a porta de uma casa está destruída ou simplesmente já não existe, se possa olhar para a porta da casa ao lado e perceber como era construída, de que material, cor, etc. Depois, há as abóbadas de tijolo, os pisos de ladrilho feito à mão, “que muitas vezes retiramos, peça por peça, numeramos e armazenamos, para proceder aos trabalhos que houver a fazer e, depois, voltarmos a colocar”.
Este é um processo que passa, forçosamente, por um diálogo estreito com os empreiteiros que executam as obras, muitos deles já desabituados dos métodos construtivos mais antigos, por força da explosão do tijolo e cimento dos últimos 30 anos: “Se eu disser a um construtor, como às vezes digo: a massa que está a fazer é 90% cal e só um cheirinho de cimento, ele fica a olhar para mim e diz: mas isto não segura! - Segura! Experimente lá que vai ver! - Eles experimentam e depois dizem que assim até se trabalha melhor, é mais elástico…: são casas que estão aqui há centenas de anos e continuam de pé, por alguma razão”.
Depois, há a cruz de S. Francisco, o ripado de madeira, a escaiola, a tinta de leite e a tinta casca de ovo, as técnicas antigas de impermeabilização dos telhados… mas esses são segredos que, para já, ficam guardados.

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Como é que os novos inquilinos são recebidos?
De braços abertos, podemos afirmar. Das várias conversas que tivemos, quer com residentes, quer com comerciantes do bairro, podemos concluir que esta lufada de ar fresco é vista com muito bons olhos.
Esta é, de resto, a opinião de Maria de Jesus, gerente de um café na Barreta, e que serve muitas vezes de cicerone a turistas e a moradores recém-chegados. “Temos muitos clientes novos, pessoas que vieram para cá viver e vêm à descoberta do bairro. Acabam por parar aqui, pedem informações sobre as redondezas, e acabam por ficar clientes, o que para nós é muito bom, sobretudo na época de inverno, em que o movimento turístico acaba por ser menor”. Maria de Jesus sublinha o facto de os novos moradores fazerem questão de se integrarem: “tenho uma cliente alemã, que vive parte do ano no bairro e parte do ano na Alemanha, para onde foi agora durante três meses, e que me disse que, quando voltar, vai aprender a falar português”.
Maria Deolinda tem mais de 90 anos e, de há 12 a esta parte, tornou-se inquilina de um alemão: “Ele comprou este prédio, arranjou a casa de cima para vir passar férias e eu continuo aqui em baixo. A única diferença é que agora lhe pago a renda a ele”. Esta viúva convive bem com os novos residentes. “Trouxeram vida nova às redondezas”, afirma.
Inaugurada há 88 anos, a Casa das Vergas, como é conhecida pelos olhanenses, é um dos estabelecimentos mais emblemáticos da Barreta. A proprietária desta loja de artesanato, Cesaltina Proença, revela-nos também que esta vaga de novos moradores trouxe consigo um incremento ao comércio tradicional do bairro: “procuram-nos sobretudo quando acabam de comprar ou restaurar as casas, para adquirirem algumas peças tradicionais para a decoração”.







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